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A União Europeia vai pagar pelo menos 100 milhões de euros a uma empresa de mercenários pela segurança das suas instalações em Cabul, Afeganistão, um país ocupado pela NATO. Os principais grupos mundiais ditos de "segurança privada", instrumentos cada vez mais influentes no processo de privatização da guerra, candidatam-se ao bolo. Mais uma dupla tributação para os contribuintes europeus: além de financiarem a NATO são obrigados a pagar pelo que a NATO deve fazer e não faz.
A Rússia já respondeu ao derrube de um avião de observação em missão sobre território sírio resultante de um ataque aéreo israelita; e a forma como o fez altera profundamente os dados da agressão internacional contra a Síria. O reforço da defesa antiaérea síria, através da entrega de sistemas S-300, e sobretudo a instalação de instrumentos avançados de detecção e interferência electrónica equivalem à criação de uma zona de exclusão aérea sobre o país. A partir de agora, Estados Unidos, França, Reino Unido e Israel terão de medir melhor as consequências antes de se aventurarem nas conhecidas "acções punitivas".
Jogo aberto, sem eufemismos nem exercícios semânticos. O discurso do presidente dos Estados Unidos na Assembleia Geral da ONU regressou àquela que é a estratégia de sempre do Pentágono, pelo menos há dez anos: derrubar o governo da Síria, apear "o carniceiro de Damasco" - parafraseando Trump. Nada de "revoltas populares", ou "primaveras árabes" ou inexistentes distinções entre terroristas "moderados" e "radicais". Guerra de agressão para mudar um regime e fazer com que a Síria siga o caminho do Iraque ou da Líbia. Nada mais. Porém, neste caso, procurar consumar o objectivo significa entrar em confronto com a Rússia. Estaremos então perante uma situação de guerra com amplitude e consequências incalculáveis. Agora ficou claro: os países que insistirem em manter-se associados a Washington na chamada "coligação internacional" já sabem ao que vão.
A guerra contra a Síria regressa às primeiras páginas. Na iminência de perderem Idleb, o bastião mais importante que ainda têm em seu poder, os batalhões terroristas - "moderados" ou não - e a coligação de potências ocidentais que os sustenta criam um clima de terror e mistificação em que abundam as palavras "massacre" e catástrofe humanitária, sem esquecer o alarme contra um possível novo ataque com "armas químicas". Para isso, os "Capacetes Brancos" estão no terreno com as suas equipas de encenação, à espera do momento indicado pelos serviços secretos britânicos. Tudo para que a agressão continue, apesar das vitórias do exército sírio e seus aliados.
Não é um arrufo, a zanga é mesmo séria. O facto de Erdogan ser um ditador islamita e Trump um perigoso e tacanho nacionalista não são as causas. É mais uma guerra aberta que mina o globalismo neoliberal nascido dos escombros do muro de Berlim.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…