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WASHINGTON PEDE À NATO QUE APOIE TERRORISTAS NA SÍRIA

James Jeffrey, o "enviado" de Trump, e a embaixadora norte-americana na ONU, Kelly Craft, com um grupo de Capacetes Brancos (al-Qaida) em Bab al-Hawa, território sírio na província de Idleb

2020-03-11

Edward Barnes, Damasco; Exclusivo O Lado Oculto

O chamado “enviado especial” dos Estados Unidos para a guerra contra a Síria, James Jeffrey, pediu a vários países da NATO para darem maior “ajuda directa” à Turquia na invasão militar efectuada em território sírio para socorrer as forças terroristas da al-Qaida. Segundo Jeffrey, Washington pretende que outras nações “façam mais” no contexto do “conflito sírio”.

A declaração do “enviado” norte-americano foi proferida dias depois de os presidentes da Turquia e da Rússia terem assinado um acordo de cessar-fogo na província de Idleb que envolve uma série de medidas bilaterais de confiança partindo do princípio de que “não há solução militar” para a situação.

Para James Jeffrey, “está tudo em cima da mesa”, o que deixa em aberto a possibilidade de um reforço da intervenção militar norte-americana na Síria para lá do fornecimento de armas e munições à “oposição” – o que, no terreno, significa a al-Qaida e os seus braços designados al-Nusra e Tharir al-Sham. O Pentágono parece condicionar a entrega de sistemas de defesa anti-aérea Patriot para socorrer os terroristas à exigência para que a Turquia não active os sistemas S-400 comprados recentemente à Rússia.

Jeffrey, no entanto, afirmou que não serão utilizadas tropas norte-americanas em Idleb ao lado dos terroristas islâmicos no caso de se registar um colapso do cessar-fogo. O “enviado especial” de Trump reconheceu, porém, que “não gosta” do cessar-fogo e daí ter solicitado à NATO que se prepare para ser mais interventiva. Confirmação do desagrado norte-americano com o cessar-fogo é o bloqueio de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para apoiar essa iniciativa. Tudo leva a crer, em consequência, que os terroristas multiplicarão incidentes para fazer fracassar o cessar-fogo.

James Jeffrey foi um dos membros da delegação norte-americana de alto nível que se encontrou há poucos dias com representantes dos Capacetes Brancos em Bab al-Hawa, no lado sírio da fronteira com a Turquia, na província de Idleb. Os Capacetes Brancos são uma entidade de “socorro humanitário” associada à al-Qaida e que se tem notabilizado pela encenação de falsos “atentados químicos” susceptíveis de provocar “retaliações” de países da NATO contra a Síria.



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