ORBAN CONCENTRA PODERES NA HUNGRIA

2020-03-30
Redacção de O Lado Oculto
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, vai governar por decreto no âmbito de um estado de emergência declarado alegadamente contra o coronavírus e estabelecido por tempo indeterminado.
A medida foi tomada pelo Parlamento de Budapeste com mais de dois terços dos votos, a maioria necessária em segunda votação e que garante o apoio a Orban através do seu Partido Fidesz, de extrema-direita e membro do Partido Popular Europeu (PPE), e do grupo de milícias fascistas Jobbik.
O primeiro-ministro autocrata, que tem vindo a concentrar paulatinamente poderes ao longo de uma década, usa agora a situação provocada pela pandemia de coronavírus (COVID-19) para poder governar sem o Parlamento.
A declaração de estado de emergência teve apenas 37 votos contra no Parlamento. Orban invocou que a medida é necessária para combater a situação provocada pelo COVID-19, mas a oposição considera que se trata de mais uma manobra para reforçar poderes e de uma medida absolutamente desproporcionada em relação ao cenário real.
Ao longo dos seus mandatos, o governo de Orban tem tomado medidas para controlar o Parlamento, intervir no Poder Judicial e controlar a comunicação social, tanto favorecendo as empresas de media suas aliadas como estabelecendo mecanismos censórios.
Qualificado habitualmente como “democrata iliberal”, “ultranacionalista” e “populista”, o sistema de poder de Viktor Orban na Hungria aproxima-se cada vez mais do fascismo sem que a União Europeia tome qualquer medida concreta e eficaz.
Orban reforçou poderes por tempo indeterminado enquanto a União Europeia – ausente do combate contra o coronavírus – parece mais empenhada em discutir se as finanças de Espanha foram geridas de maneira a enfrentar a trágica situação que se vive no país.