VENEZUELA TRAVA INVASÃO DE MERCENÁRIOS
2020-05-04
Telesur/Cuba Debate/O Lado Oculto
O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Néstor Reverol, revelou a neutralização pelo governo, no domingo 3 de Maio, da incursão de um grupo terrorista contra o país por via marítima, com origem na Colômbia e que, em lanchas rápidas, tentou um desembarque nas costas do Estado de La Guaira.
O ministro explicou que o objectivo da incursão era a realização de actos terroristas no país, eliminar dirigentes do governo e incrementar uma espiral de violência gerando o caos e a confusão social – clima propício para tentar um novo golpe de Estado.
De acordo com Néstor Reverol, as tentativas de desembarque processaram-se nas costas do Estado de La Guaira, precisamente na praia de Macuto. Oito terroristas foram abatidos pelas forças de segurança e outros dois foram capturados – um dos quais confessou ser agente da DEA (agência norte-americana anti-droga). As autoridades apreenderam um importante arsenal de armas de assalto.
“Daremos mais pormenores da operação e não afastamos a possibilidade de se realizarem mais detenções”, disse o ministro; as autoridades continuarão a responder “de maneira contundente” contra os actos terroristas. “Parece que as frustradas tentativas imperiais para derrubar o governo legitimamente constituído dirigido pelo presidente Nicolás Maduro está a arrastá-los para desenvolver acções desmedidas”, comentou o ministro ao anunciar que foi declarado “o estado de alerta e resistência permanente” no país.
A acção de desembarque aconteceu cerca de um ano depois da tentativa frustrada de golpe de Estado encabeçada em Caracas pelo deputado opositor Juan Guaidó e por Leopoldo López, um dos chefes da direita terrorista. Nos dias anteriores à operação agora tentada vinham-se notando sinais do próprio Guaidó de que havia acções em desenvolvimento, sobretudo aproveitando o envolvimento do país no combate à pandemia de COVID-19.
“Estados Unidos e Colômbia envolvidos”
O presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela, Diosdado Cabello, afirmou entretanto que os Estados Unidos e a Colômbia estão por detrás desta nova tentativa de agressão.
“É um plano orquestrado pelos Estados Unidos utilizando agentes da DEA e do narcotráfico para uma incursão militar na nossa pátria”, denunciou Cabello; revelou também que o GPS encontrado nas embarcações não deixa dúvida de que procediam da Colômbia.
Segundo o presidente da ANC, a operação foi neutralizada graças a informações de inteligência em poder do governo venezuelano há algumas semanas. Além dos oito mortos, dois detidos e do desmantelamento de um poderoso arsenal foram apreendidos dois veículos. Entre os materiais recolhidos encontram-se documentos peruanos, armas de elevadíssimo calibre, telefones por satélite, fardas e capacetes com a bandeira dos Estados Unidos.
“É uma acção de mercenários, um golpe contra a ordem institucional do país”, afirmou Diosdado Cabello. Este dirigente confirmou que provavelmente as detenções irão continuar porque as operações de desmantelamento prosseguem com apoio da “inteligência popular”. Acrescentou que o Estado não hesitará em utilizar “todos os instrumentos da Constituição” para preservar a ordem interna e actuar contra as pessoas que ataquem a ordem institucional do país a partir do território nacional.
Ligações ao tráfico de drogas
Um dos terroristas mortos, informou o presidente da ANC, era o ex-capitão Robert Colina, aliás “o Pantera”, responsável por um acampamento paramilitar na Colômbia e ligado a uma rede milionária de armamento que foi desmantelada há umas semanas pelas autoridades venezuelanas.
Colina estava associado ao ex-general Clíver Alcalá, recentemente deportado pela Colômbia para os Estados Unidos sob a acusação de narcotráfico e que, na altura, confessou os planos que tinha com Juan Guaidó para fazer entrar armas na Venezuela e assassinar o presidente Nicolás Maduro juntamente com outros altos dirigentes governamentais.
Diosdado Cabello deixou críticas duras ao presidente colombiano, o fascista Iván Duque, que acusou de proteger no seu país as acções de Alcalá e Colina. “Esta Assembleia Nacional Constituinte repudia de maneira contundente as acções de violência e o comportamento dos governos dos Estados Unidos e da Colômbia, que continuam a tentar minar as instituições venezuelanas; e o mais triste é que o fazem com financiamento do narcotráfico.