O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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E O IMPÉRIO FOGE PELA CALADA DA NOITE

Um telegrama da insuspeita Associated Press, assinado por Kathy Gannon, testemunha o seguinte: em 2 de Julho “os Estados Unidos deixaram a base aérea de Bagram no Afeganistão ao cabo de quase 20 anos apagando as luzes e fugindo durante a noite sem notificarem o novo comandante afegão da base, que deu pela partida dos norte-americanos mais de duas horas depois, segundo fontes afegãs”.

HUMILHANTE DERROTA DA NATO

O presidente dos Estados Unidos anunciou que o seu país e a NATO vão retirar tropas do Afeganistão até 11 de Setembro deste ano. Independentemente do que possa dizer-se sobre a suposta grandeza do acto, estamos perante uma humilhante confissão de derrota numa guerra que, ao cabo de 20 anos, deixou a martirizada nação numa situação tão ou mais grave do que aquela em que se encontrava quando a invasão imperial se iniciou. Além disso, e para que conste desde já, a retirada de efectivos convencionais não significa o abandono do teatro de operações por agressores ao serviço dos mesmos interesses expansionistas que promoveram a invasão.

O TERRORISMO DA NATO NO SEU ESPLENDOR

Em Março de 2011, quando a NATO já bombardeava a Líbia, Muammar Khaddafi enviou uma mensagem ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lembrando que as forças de segurança do seu país estavam “a combater a al-Qaida no Magrebe islâmico, nada mais”, pelo que a intervenção estrangeira “era um risco de consequências incalculáveis no Mediterrâneo e na Europa”. O apelo do dirigente líbio não surtiu efeito: afinal, para as forças atlantistas a operação não era “um risco” mas sim uma estratégia deliberada – para todos os efeitos, uma estratégia terrorista.

A NOVA ROTA DA SEDA E OS ATAQUES À CHINA

Sete anos depois de lançados pelo presidente Xi Jinping, primeiro em Astana e depois em Jacarta, os projectos chineses das Novas Rotas da Seda ou Iniciativa Cintura e Estrada (ICE) – Belt and Road Iniciative (BRI) – deixam cada vez mais a oligarquia plutocrática norte-americana num transe alucinado.

AFINAL WASHINGTON NÃO RETIRA TROPAS DO AFEGANISTÃO

A guerra no Afeganistão foi oficialmente lançada para vingar os atentados de 11 de Setembro de 2001. No entanto, aconteceu seis meses depois de iniciado o processo de integração asiática através da criação da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), o que leva a crer que tenha sido preparada antecipadamente. Duas décadas depois confirma-se que foi a primeira de uma longa série de guerras para destruir todas as estruturas estatais do Médio Oriente (estratégia Rumsfeld/Cebrowski) e controlar a exploração de recursos naturais. Anunciada para durar apenas duas semanas, a guerra continua há mais de 19 anos. Foi planificada para se prolongar o mais possível; e, hoje em dia, personalidades ligadas ao Pentágono sabotam a retirada parcial acordada entre os Talibã e a administração Trump.

ABAIXO A PANDEMIA, VIVA A GUERRA!

A Europa está fechada. Enquanto isso, 30 mil soldados norte-americanos invadem o continente até Julho nas maiores manobras militares em 25 anos. O que acontece na altura em que o presidente dos Estados Unidos decide banir as entradas dos europeus no seu país. Em pleno combate à pandemia de coronavírus, prioridade à guerra.

REUNIÃO DA NATO COM GENERAIS INFECTADOS

Um general e parte da guarnição norte-americana da base militar de Wiesbaden, na Alemanha, entrou de quarentena depois de uma reunião de alto nível da NATO em que participaram dois generais infectados com coronavírus.

ACORDO DO AFEGANISTÃO É A DERROTA DA NATO

Consta dos anais diplomáticos dos finais dos anos sessenta do século passado que os Estados Unidos reconheceram a sua derrota militar no Vietname a partir do momento em que cederam perante as partes vietnamitas na discussão sobre o formato da mesa de conversações em Paris – que, na prática, reconheceu o Governo Revolucionário Provisório do Vietname do Sul. Cinquenta anos depois, a assinatura de um acordo com os Talibã em Doha, no Qatar, é a confissão da derrota norte-americana na sua mais longa guerra, a do Afeganistão. Uma derrota que não é apenas dos Estados Unidos mas também da NATO – logo dos próprios governos que integram a aliança.

PROPAGANDA BRITÂNICA ENCENA A GUERRA DA SÍRIA

A informação supostamente com origem na “oposição da Síria” divulgada pela comunicação social corporativa a propósito da guerra contra este país é gerada por um tentacular sistema de propaganda montado pelo governo britânico em conjunto com empresas privadas pertencentes a ex-oficiais das forças armadas e dos serviços secretos de Londres. As provas constam de documentos oficiais resultantes de fugas de informação recentes.

OS SEGREDOS DO TERROR DE WASHINGTON CONTRA O IRAQUE

Um discurso do primeiro ministro do Iraque no Parlamento, que os Estados Unidos tentaram silenciar, revelou que as manifestações das últimas semanas no país e o assassínio do general Soleimani estão interligadas e foram motivadas, em grande parte, pela assinatura de um acordo económico mutuamente vantajoso entre Bagdade e a China. Um acordo que pôs fim à chantagem norte-americana de só aceitar reconstruir infraestruturas no país recebendo metade das receitas do petróleo iraquiano. Trump exigiu ao governo que rescindisse o acordo; o primeiro-ministro rejeitou. A partir daí passou a valer tudo, incluindo assassínios e ameaças de morte, como a seguir se revela.

DUAS SEMANAS QUE ARREPIARAM O MUNDO

Antes que a enxurrada de desinformação produzida pela comunicação social corporativa mistifique a história oficial destes dias de guerra, caos e ilegalidade na cena internacional é altura de descodificar a cadeia de acontecimentos para que seja possível distribuir responsabilidades e invalidar mentiras. Se os Estados Unidos da América, como é habitual e natural, sobressaem como os artífices de uma trama que ameaça o planeta, é importante notar que o “nosso mundo civilizado”, com a NATO e a União Europeia à cabeça, não fazem figura de inocentes. Aliás, nem o governo da República Portuguesa se salva.

IRAQUE EXPULSA INVASORES NORTE-AMERICANOS

A decisão está tomada. O Parlamento do Iraque, seguindo o parecer do governo, exige às tropas estrangeiras que se retirem do país e vedou o espaço aéreo à utilização por poderes estrangeiros. Bagdade pede ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que condene o ataque norte-americano contra o aeroporto internacional da capital e também revogou o pedido de assistência de uma coligação internacional – constituída por Estados Unidos e outros membros da NATO – para o combate contra o Isis ou Estado Islâmico. “O que aconteceu foi um assassínio político; o Iraque não pode aceitar isso”, resumiu o primeiro-ministro Adel Abdul al-Mahdi como razão de fundo para a expulsão das tropas estrangeiras.

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