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A economia desmoronou-se. Uma pandemia que através dos Estados Unidos matou até agora (oficialmente) mais de 87 mil pessoas também já provocou cerca de 36 milhões de pedidos de seguro de desemprego e faz milhões de pessoas recorrer aos bancos alimentares pela primeira vez. Apesar disso, os negócios estão a prosperar num sector improvável: os fabricantes de armas estão mais ocupados do que nunca e multiplicam anúncios procurando dezenas de milhares de trabalhadores.
Completaram-se 75 anos sobre a derrota militar do nazi-fascismo. Então, as chamadas democracias liberais juntaram-se às “democracias iliberais” em redor da agenda de comemorações estabelecida por estas e que apaga da História o decisivo contributo da União Soviética para a vitória – ditando assim a segunda morte das mais 26 milhões pessoas sacrificadas neste país para que ela fosse possível. Não foi uma celebração, foi uma vingança.
Um cisne negro é a imagem muitas vezes usada para designar um acontecimento inesperado com grandes consequências. O ano de 2020 já nos trouxe dois até agora: a pandemia de COVID-19 e o colapso dos preços do petróleo. Cada um terá poderosas consequências para o Imperium Americanum. E ainda há um ninho de cisnes negros que estão a ser chocados.
A Comissão Europeia está a ponderar a possibilidade de “permitir viagens” durante o período das férias desde que as pessoas se submetam ao rastreio dos seus telemóveis para fiscalizar os contactos que estabeleçam – um método de controlo dos cidadãos que adquire cada vez mais adeptos entre membros das principais instâncias da União Europeia.
Enfrentada a crise do novo coronavírus na província de Hubei, especialmente em Wuhan, a China reanima decididamente as actividades económicas e sociais tendo também em consideração que está a ser vítima de uma concentração de ataques norte-americanos e ocidentais para conter o país como potência emergente. Pequim reage procedendo à restauração das próprias forças e também no âmbito da parceria estratégica com a Rússia, que adquire novas valências. O mundo está em mudança.
A pandemia de COVID-19 continua mas as despesas militares aumentam em todo o mundo, comandadas pelos Estados Unidos e a NATO, apesar de em 2019 já terem sido as mais elevadas em mais de duas décadas. O secretário de Estado norte-americano pediu aos aliados mais 400 mil milhões de dólares para gastos de guerra numa altura em que são necessários enormes recursos para a saúde dos cidadãos e em que o desemprego ataca como um flagelo. Mas não nos preocupemos com isso porque alguém está a publicar anúncios de emprego: a NATO.
A caça aos dados pessoais e a imaginação inventiva em torno dos métodos para os obter desenvolvem-se em paralelo com o combate ao coronavírus e como panaceia para acabar com a pandemia. Raro é o governo ou a união de governos que não associe a guerra ao vírus ao conhecimento dos dados dos sistemas de saúde e à necessidade de seguir os cidadãos, de preferência digitalmente, a pretexto de detectar os seus contactos com infectados. Não há dia em que a Comissão Europeia não fale nisso. Como exemplo muito concreto, já em andamento, deixamos nota do assalto dos serviços britânicos de espionagem aos sistemas de dados do Serviço Nacional de Saúde.
A pandemia de COVID-19 é mais que um “cisne negro” (um facto inesperado, pouco frequente). A pandemia certamente passará, mas a crise ficará – a social, a económica, a política – significando um mundo diferente que nem os mais ousados cientistas sociais e politólogos podem imaginar, com uma estimativa de mais de três mil milhões de desempregados.
Na segunda-feira dia 20 de Abril o petróleo atingiu pela primeira vez na História preços negativos. Nesse dia a cotação do barril de petróleo, West Texas Intermediate (WTI), nos Estados Unidos da América (EUA), fixou-se nuns espantosos 37,63 dólares negativos. No dia seguinte desceu ainda mais. Note-se que o WTI é o preço padrão para o petróleo dos EUA. Depois das taxas de juro negativas temos, agora, uma das principais mercadorias do comércio mundial a negociar com preços negativos.
Mattia é um cidadão italiano de 38 anos de Codogno, Lombardia. Socialista e sociável, desportista que corre maratonas, extrovertido, saudável, certamente nunca mais esquecerá os primeiros meses de 2020. Não só por lhe ter nascido a filha, Giulia, já em Abril, mas também porque venceu o combate que travou de 19 de Fevereiro a 25 de Março contra o novo coronavírus SARS-CoV-2, que entretanto lhe vitimou o pai e atingiu ao de leve a esposa, Valentina. Não ficam por aqui os episódios em redor de Mattia: ele foi o quarto caso de COVID-19 em Itália, o “Paciente nº4”; mas como não teve qualquer contacto com a China nem com os três primeiros infectados na Lombardia, oriundos da cidade chinesa de Wuhan, foi considerado o “Paciente italiano nº 1”. A história de Mattia é suficiente para por em causa a versão oficial, adoptada pelos media corporativos, de que tudo terá começado no mercado de frutos do mar e animais exóticos de Huanan, na cidade chinesa de Wuhan. Há outros caminhos a percorrer para tentar descobrir o Paciente Zero da pandemia.
Acompanhar o desenvolvimento da pandemia provocada pelo SARS-CoV-2 obriga a um esforço de constante actualização dos dados. O caminho da pandemia, dos seus efeitos, é previsível. Todavia, por cautela imposta em razão da objectividade, vamos aferindo os dados que, infelizmente, confirmam as piores previsões.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
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