O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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ENTENDER CUBA E OS SEUS INIMIGOS

A agressão norte-americana a Cuba é sobejamente conhecida (mas insuficientemente reconhecida), feita sem qualquer pejo moral ou intenção de maior ocultamento. O bloqueio, imposto a Cuba pelos Estados Unidos, desde 1960, é uma das condicionantes de maior peso a considerar na análise da sociedade cubana e dos eventos últimos. Um documento (datado de 1998 e hoje de acesso público) publicado pela “National Security Research Division”' da RAND Corporation, instituição de pesquisa ligada aos meios militares norte-americanos, coloca como único objectivo a mudança de regime, ou seja, o abandono da via socialista seguida por Cuba, estabelecendo uma metodologia para alcançar aquele propósito.

O QUE ESTÁ A ACONTECER NA COLÔMBIA

O que está a acontecer na Colômbia há mais de um mês, desde 28 de Abril, é uma insurreição, um levantamento popular contra os efeitos da agudização das políticas neoliberais combinadas (terrivelmente agravadas) com uma gestão catastrófica da pandemia, que castiga sobretudo as camadas mais desfavorecidas. O que está a acontecer na Colômbia é uma resposta brutal do narco-Estado fascista contra a generalidade da população através de um aparelho repressivo montado ao longo de seis décadas e que tem nas forças armadas o principal suporte, articulando as polícias de segurança, as unidades móveis de assalto e a entranhada teia de grupos paramilitares ou esquadrões da morte.

A MATANÇA, O CESSAR-FOGO E A SOLUÇÃO DE DOIS ESTADOS

Estabeleceu-se um "cessar-fogo" nesta suposta “guerra entre o Hamas e Israel”, como afirma a comunicação social corporativa. É o habitual jogo de enganos que visa partilhar equitativamente responsabilidades numa situação de incomensurável desequilíbrio de forças e que pretende colocar no mesmo plano os criminosos e as vítimas. O que está a acontecer não é uma guerra, é um massacre de uma das partes; e o único cessar-fogo possível e credível para a situação é o reconhecimento dos direitos do povo palestiniano estabelecidos nas leis internacionais. Tudo o resto significa o arrastamento da situação e o extermínio de um povo. Interrompeu-se uma fase de chacina extrema por parte de Israel mas prossegue o massacre paulatino de povo palestiniano até novo auge ofensivo contra Gaza ou qualquer outro território ocupado da Palestina.

GAZA, NOTAS SOBRE UMA CHACINA

Israel está a cometer mais um acto de apogeu da chacina a que tem vindo a submeter impunemente a população da Faixa de Gaza – e da Palestina em geral – durante as últimas décadas. Os alvos não são “os túneis do Hamas”, como informa o regime sionista, mas dois milhões de pessoas que vivem enclausuradas num imenso campo de concentração do qual não podem escapar. Não se trata de um “confronto”: é uma barbárie. Algumas notas sobre o que está a passar-se.

JULIAN ASSANGE, PROMETEU ACORRENTADO

É a antiga tragédia grega, reencenada na Anglo-América. Sob ribombante silêncio e indiferença quase universal, acorrentado, imóvel, invisível, um Prometeu esquálido foi transferido do patíbulo para um julgamento-espectáculo num tribunal gótico fake, dentro de uma prisão medieval.

EMIRADOS ÁRABES E ISRAEL: UM ACORDO INDECOROSO

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) e Israel assinaram um acordo dito histórico para normalizar as suas relações. É uma viragem importante na região. Embora um número cada vez maior de países árabes, alinhados com o Ocidente, tenham por hábito negociar com Israel, oficialmente os Estados da região continuam comprometidos com o acordo de Beirute de 2002, avalisado pela Liga Árabe. Este acordo promete a paz com Israel em troca da retirada dos territórios ocupados – Cisjordânia, Jerusalém Leste, Gaza e Montes Golã – a criação de um Estado palestiniano com capital em Jerusalém Leste e uma solução para os refugiados palestinianos. Uma vez que Israel sempre recusou este plano de paz árabe, os Emirados Árabes Unidos quebraram um tabu muito sério. Pior ainda, como realça Basem Naim, antigo ministro palestiniano, os EAU acrescentam o insulto à injúria fazendo crer que aprovaram este acordo com Israel para defender a Palestina, a qual, evidentemente, nem foi consultada.

GUERRA MAIS SANÇÕES MAIS COVID-19 É IGUAL A GENOCÍDIO NA SÍRIA

A operação genocida montada pela administração Trump e o Conselho Europeu, em tempos de pandemia, contra a esmagadora maioria do povo da Síria passa entre os pingos da chuva da comunicação social corporativa e avança em todo o terreno sem que as Nações Unidas manifestem a menor intenção de travar a tragédia recaindo sobre pelo menos 17 milhões de pessoas.

O VALE DO JORDÃO: SILÊNCIOS HIPÓCRITAS À BEIRA DA TEMPESTADE

Benjamin Netanyahu, o aparentemente eterno primeiro ministro de Israel, agora geminado com um dos carrascos de Gaza, Benny Gantz de sua graça, vem anunciando que a partir do início do próximo mês dará os passos governamentais, parlamentares e militares que considera necessários para anexar o Vale do Jordão, no território palestiniano da Cisjordânia. Além disso, tenciona integrar no Estado de Israel os colonatos construídos ilegalmente no mesmo território durante os últimos 60 anos. Estes movimentos representam, de facto, a extinção da chamada “solução de dois Estados” na Palestina histórica, estabelecida em 1948 pelas Nações Unidas e reactivada durante os passados anos noventa. Os criminosos não escondem o crime, os avisos estão feitos: ninguém poderá dizer que será apanhado de surpresa.

BATALHAS IDEOLÓGICAS NA PANDEMIA

No momento em que se procede à redacção deste texto, o impacte da pandemia de COVID-19 cifra-se em três milhões de infectados a nível mundial, sendo um milhão deles nos Estados Unidos, país que regista já mais de 55 mil mortes atribuídas ao novo coronavírus, havendo ainda aquelas que não foram contabilizadas e as que se deveram à estratégia de diversionismo mediático de Donald Trump (como foi a de sugerir publicamente a administração de desinfectantes como remédio...). Permanecem desconhecidas as origens do novo coronavírus, mas são reveladoras as políticas adoptadas diferenciadamente por diversos países e já visíveis as suas consequências.

ANIQUILAR A PALESTINA, RIDICULARIZAR A ONU

A “Visão de Paz” estampada por Donald Trump e Benjamin Netanyahu em 28 de Janeiro como “solução” para o problema israelo-palestiniano não trouxe surpresas. Há meses que os seus conteúdos vinham sendo conhecidos às fatias, sob a designação pomposa de “acordo do século”, pelo que nenhum dos aspectos focados ao longo das 80 páginas do documento contraria o que era esperado. Mais grave do que o texto é o facto de estar a ser aplicado há muito tempo, perante a inércia da chamada “comunidade internacional”, e representar um patamar elevadíssimo – quase irreversível na actual relação de forças mundial – da estratégia de factos consumados seguida metodicamente por Israel e os Estados Unidos.

AS AMBIÇÕES DA ALEMANHA NO MÉDIO ORIENTE

Setenta e cinco anos depois da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha pretende voltar a ser uma potência na cena internacional. Escolheu o Médio Oriente para fazer esse regresso. Mas é difícil e perigoso elevar-se a este nível sem qualquer outra experiência que não seja a histórica.

PROVADO: AFINAL AS FAKE NEWS JÁ VÊM DE LONGE…

Documentos oficiais tornados de acesso livre agora pelos Arquivos Nacionais Britânicos revelam que os governos de Londres financiaram secretamente meios de comunicação como a agência Reuters e a BBC para publicarem falsas notícias contra a União Soviética, instituições e organizações comunistas. Os documentos dizem respeito ao período entre 1945 e 1977; nada indica que tais procedimentos tenham sido abandonados desde então, independentemente das alterações na cena internacional e das mudanças de proprietários daqueles e outros órgãos de informação.

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