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A eleição de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil traz a peça que faltava no puzzle da nova geração Condor, isto é, os herdeiros das ditaduras militares dos anos 70/80 do século passado que, sob a batuta da CIA, geraram as primeiras experiências do neoliberalismo ortodoxo, puro e duro. Cerca de 50 mil mortos, 30 mil desaparecidos, 400 mil presos políticos provocou a primeira Operação Condor orquestrada pela CIA. Sob métodos diferentes, mas com os mesmos objectivos e maestros, a Operação Condor, Parte II procura a sobrevivência do neoliberalismo sem contemplações com a democracia, agora que a crise se arrasta e exige uma espécie de regresso às origens.
O neoliberalismo global, em luta pela sobrevivência, entrou decididamente na fase do recurso a regimes autoritários aparentados com o fascismo. A democracia formal, mesmo expurgada do respeito pela vontade dos cidadãos, deixou de ser suficiente para alimentar a ganância insaciável do capitalismo selvagem na crise agónica em que se encontra. Nas Américas, pela mão experimentada dos Estados Unidos e na Europa, graças aos potentes incentivos da União Europeia, o neoliberalismo regressa ao sistema político próprio da sua natureza, onde incubou no Chile de Pinochet em 1973.
A cerca de duas semanas da ida às urnas, as escolhas dos brasileiros estão cada vez mais definidas: ou o progresso e a independência através da candidatura de esquerda de Fernando Haddad e Manuela D'Ávila; ou a submissão à globalização e ao neoliberalismo selvagem na forma do fascismo de Jaír Bolsonaro.
O que as eleições gerais suecas de 9 de Setembro disseram, em primeiro lugar, é que não existe Estado social que resista eternamente à implantação do neoliberalismo puro e duro. Tudo o resto decorre daí, e não haverá análise séria sobre os resultados e a situação no país que omita essa realidade fundamental.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…