O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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ACÇÕES DAS EMPRESAS DE GUERRA ESTÃO EM ALTA

No dia 3 de Janeiro, a seguir ao acto terrorista norte-americano para assassinar o general iraniano Qasem Suleimani, o índice bolsista norte-americano S&P (Standard and Poors) 500 registou perdas, com excepção das empresas de material de guerra, cujas acções subiram, em média, quase dois por cento.

GAZA É TERRA INABITÁVEL: EXTERMÍNIO EM CURSO

Em 2012, a ONU publicou um relatório prevendo que em 2020 a Faixa de Gaza, na Palestina, seria um território humanamente inabitável se não fossem tomadas medidas para contrariar a situação. Tudo o que aconteceu desde então foi a deterioração das condições que existiam, agravadas pelos massacres militares cometidos regularmente por Israel. Chegou o ano de 2020: Gaza é, portanto, um território inabitável. E, contudo, quase dois milhões de pessoas tentam sobreviver nessa terra transformada num imenso campo de concentração. O mundo assiste, indiferente, a um lento e deliberado extermínio em massa.

WASHINGTON TRANSFERE A 5G PARA O CAMPO DA GUERRA

A tecnologia de quinta geração de transmissão móvel de dados (5G) começa a entrar nas nossas vidas, mas antes que isso aconteça em pleno os Estados Unidos puseram em andamento o processo da sua militarização através das próprias redes comerciais, por ficar mais em conta. Liderada pela China na sua componente civil, a 5G transita para o domínio da guerra e da espionagem pela mão dos Estados Unidos, apesar do seu reconhecido atraso nesta novidade tecnológica.

CONSPIRAÇÃO DE LISBOA: PLANEOU-SE AGRESSÃO AO IRÃO

Suspeitava-se disso, mas os indícios acumulam-se. A reunião conspirativa de Lisboa em 4 de Dezembro, facultada pelo governo português, entre Benjamin Netanyahu e o secretário de Estado norte-americano, Michael Pompeou, serviu para planear uma possível agressão “preventiva” contra o Irão. O contexto militarista e mediático do encontro e a agenda revelada por Netanyahu – primeiro ponto, Irão, segundo ponto, Irão, e mais os pontos que forem precisos, Irão – não deixam dúvidas de que a capital portuguesa acolheu uma cimeira de planeamento de guerra. "Vamos fazer o Irão cambalear ainda mais", prometeu o primeiro-ministro de Israel.

NATO: MATAR É O MAIOR NEGÓCIO

Outro ângulo de abordagem da recente Cimeira da NATO: o do negócio. A NATO transformou a matança na normalidade vigente e fez disso o grande negócio que torna monstruosos os lucros do complexo militar e industrial que gere os Estados Unidos e comanda o império. E sendo essa matança “o maior negócio do Ocidente”, como escreve o analista geopolítico Peter Koenig, todos os argumentos são necessários para justificar a existência de uma aliança que, em boa verdade, não tem razões para existir – além de ser antidemocrática. Por isso, os “inimigos” são inventados para que o chorudo negócio da morte não morra.

NATO E A CIMEIRA DO SEU ANACRONISMO

A NATO pretendeu assinalar o seu 70º aniversário de maneira retumbante em Londres mas o tiro saiu-lhe pela culatra e transfigurou o show numa farsa notável. Começou tudo com pompa e circunstância num jantar de gala oferecido pela rainha dos britânicos no Palácio de Buckingham mas, ao cabo de dois dias, o cenário transformou-se, é certo, nas esperadas promessas de mais desestabilização mundial – incluindo no espaço – mas também em zangas, escárnio, mal dizer e facadas pelas costas. Para consumo público oficial tudo acabou em bem, mas a verdade é que existem feridas abertas e que não são apenas narcísicas.

CIMEIRA DAS LAGES, SEGUNDA TEMPORADA

Já é degradante para o prestígio interno e internacional de um país acolher na sua capital uma reunião conspirativa de dois sociopatas mundiais como são o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado norte-americano da Administração Trump, Michael Pompeo. O facto de o primeiro-ministro, António Costa, receber ambos os fora-de-lei transforma o caso numa situação trágica, porque expõe directamente o país às consequências do previsível agravamento da instabilidade global decorrente destes encontros. Afinal o espírito belicista da Cimeira das Lages – que afundou o Médio Oriente na crise de guerras sucessivas em que se encontra – continua bem vivo nos governantes portugueses. Depois de Barroso, cabe aos socialistas interpretar a segunda temporada.

GUERRAS SECRETAS DA NATO ACIMA DAS LEIS E DOS CIDADÃOS

Um drone de guerra italiano abatido sobre a Líbia confirma que o envolvimento de Itália e outras nações em operações militares ofensivas secretas sob comando dos Estados Unidos e da NATO se processa à revelia das Constituições, das leis, e das decisões dos órgãos eleitos desses países. As guerras, secretas ou não, pagas com o dinheiro dos cidadãos escapam cada vez mais ao controlo dos cidadãos. Assim funciona a NATO.

LONDRES E WASHINGTON COLOCAM-SE ACIMA DA LEI E DA ONU

O Reino Unido, com apoio explícito dos Estados Unidos, desafia a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Tribunal Internacional de Justiça ao recusar-se a abandonar o Arquipélago de Chagos, no Oceano Índico, para reintegração na soberania das Ilhas Maurícias, da qual foi dissociado ilegalmente. Ignoram-se ainda os procedimentos que o secretário-geral da ONU irá adopar para fazer cumprir as deliberações da organização e do Tribunal.

ESCÂNDALO: FALSIFICADOS OS RELATÓRIOS DE ATAQUES QUÍMICOS

Documentação fidedigna entregue ao website WikiLeaks por um membro da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ, OPCW em inglês) confirma que esta entidade falsificou relatórios sobre supostos ataques químicos na Síria de maneira a responsabilizar o governo de Damasco pelo crime. Um desses acontecimentos falsificados esteve na origem no ataque com mísseis de cruzeiro contra território sírio realizado por Estados Unidos, França e Reino Unido em 14 de Abril de 2018.

MACRON E A “MORTE CEREBRAL” DA NATO

O presidente francês, Emmanuel Macron, agitou certamente as águas nos últimos dias quando lamentou que a NATO, comandada pelos Estados Unidos, esteja “em morte cerebral”. Os seus comentários, porém, parecem muito menos relacionados com uma avaliação objectiva e os princípios da aliança do que com uma necessidade de autoafirmação do dirigente gaulês.

ECONOMIA DE GUERRA AVANÇA NA EUROPA

Enquanto nas economias da União Europeia os investimentos públicos estão praticamente estagnados, não deixam de progredir, por outro lado, os investimentos no circo da guerra. Por ironia, algumas das regiões mais pobres da Europa e flageladas por colossais índices de desemprego jovem são aquelas onde se concentram grandes instalações da NATO, transformando a guerra na única “indústria” de emprego “seguro”. Aqui fica o exemplo de Itália.

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