O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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É POSSÍVEL SAIR DA UNIÃO EUROPEIA

Chegou o dia. É hora de consumar o Brexit, um movimento que contraria o dogma tácito totalitário instituído pelos eurocratas de que “da União Europeia não se sai”. Verifica-se agora que sair é possível, embora a duras penas, sob enxovalhos da democracia, neste caso contra os desafiadores britânicos como se deduz ainda dos tons ameaçadores usados nas últimas horas pelas instituições de Bruxelas em relação aos 11 meses do período de transição. A situação colonial da Irlanda do Norte vai ser explorada pelo federalismo europeísta no capítulo que se segue, dentro da estratégia de transformar o Brexit num processo exemplar a não seguir por qualquer outro Estado membro.

PROVADO: AFINAL AS FAKE NEWS JÁ VÊM DE LONGE…

Documentos oficiais tornados de acesso livre agora pelos Arquivos Nacionais Britânicos revelam que os governos de Londres financiaram secretamente meios de comunicação como a agência Reuters e a BBC para publicarem falsas notícias contra a União Soviética, instituições e organizações comunistas. Os documentos dizem respeito ao período entre 1945 e 1977; nada indica que tais procedimentos tenham sido abandonados desde então, independentemente das alterações na cena internacional e das mudanças de proprietários daqueles e outros órgãos de informação.

A NOVELA DAS MARIONETAS DE TRUMP NA VENEZUELA

De usurpação em usurpação, o homem de mão de Trump na Venezuela, Juan Gaidó, prossegue a sua saga contra as instituições democráticas ao mesmo tempo que vai esfacelando a oposição de direita. Não na sua qualidade de presidente da República “interino” mas na de “presidente” de um parlamento paralelo decidiu nomear um chefe fascista ausente do país para “recuperar” a estação de televisão Telesur, espaço de liberdade de expressão e informação na América Latina. Desconhece-se como se processará o assalto às instalações e fontes de emissão, mas Washington não desiste de agitar Guaidó.

GUERRA DO AFEGANISTÃO: A VERDADE DAS MENTIRAS

Há poucos dias vieram a lume os chamados “Afghanistan Papers”, documentos resultantes de investigações internas conduzidas pelo governo dos Estados Unidos e que provam como sucessivas administrações de Washington – de ambos os partidos/Estado – mentiram e mentem aos cidadãos dos Estados Unidos e dos países membros da NATO ao longo dos já 18 anos de uma guerra que, desde o início, sabem não conseguir ganhar. Tal como aconteceu no Vietname, no Iraque, na Líbia, na Síria. Milhões de seres humanos com as suas vidas destruídas depois, os crimes continuam impunes e novas guerras se perfilam. Chama-se isto “defender o nosso civilizado modo de vida” e “implantar a democracia”.

CONSELHO EUROPEU CONSTRUÍDO COM TRABALHO ILEGAL

Quando o exemplo vem do topo da pirâmide não é de admirar que o trabalho escravo prolifere no espaço da União Europeia: o chamado “Edifício Europa”, obra imponente de Bruxelas onde se reúnem os chefes de Estado e de governo dos países membros – o Conselho Europeu – foi construído, em parte, por operários sem contratos laborais e privados de salários durante meses a fio.

ADIÓS MACRI!... “NUNCA MAIS É NUNCA MAIS”

Maurício Macri deixou a presidência argentina e, com a colaboração do FMI, um país em situação de caos económico e social. Alberto Fernández e Cristina de Kirchner assumiram funções rasgando novos horizontes de esperança

A NATO E A DIGNIDADE NACIONAL PERDIDA

Os exemplos sucedem-se, soltam-se do discurso oficial, passam pela comunicação social sem o menor sobressalto crítico e entranham-se na opinião pública como a mais inócua banalidade. Portugal já não governa os portugueses, o governo português delegou as decisões fulcrais sobre o destino dos portugueses em entidades, interesses e pessoas que não querem saber dos portugueses para nada a não ser como mão-de-obra barata ou membros de destacamentos armados envolvidos em policiamento colonial e guerras imperiais. A dignidade nacional esvaiu-se e chega perversamente a ser confundida com nacionalismo e populismo quando alguém ousa criticar o federalismo e a subserviência aos mecanismos imperiais.

NATO: MATAR É O MAIOR NEGÓCIO

Outro ângulo de abordagem da recente Cimeira da NATO: o do negócio. A NATO transformou a matança na normalidade vigente e fez disso o grande negócio que torna monstruosos os lucros do complexo militar e industrial que gere os Estados Unidos e comanda o império. E sendo essa matança “o maior negócio do Ocidente”, como escreve o analista geopolítico Peter Koenig, todos os argumentos são necessários para justificar a existência de uma aliança que, em boa verdade, não tem razões para existir – além de ser antidemocrática. Por isso, os “inimigos” são inventados para que o chorudo negócio da morte não morra.

NAZIS UCRANIANOS NOS PROTESTOS DE HONG KONG

Nazis ucranianos do Batalhão Azov e do Sector de Direita, dois pilares do actual regime de Kiev apoiado por Washington e Bruxelas, estão em Hong Kong para orientar e participar nos motins e acções terroristas que no Ocidente são conhecidos como “movimento pró-democracia”. Um dos centros de organização dessa colaboração é uma Liga Liberal Democrática em Kiev financiada pela União Europeia

CIMEIRA DAS LAGES, SEGUNDA TEMPORADA

Já é degradante para o prestígio interno e internacional de um país acolher na sua capital uma reunião conspirativa de dois sociopatas mundiais como são o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado norte-americano da Administração Trump, Michael Pompeo. O facto de o primeiro-ministro, António Costa, receber ambos os fora-de-lei transforma o caso numa situação trágica, porque expõe directamente o país às consequências do previsível agravamento da instabilidade global decorrente destes encontros. Afinal o espírito belicista da Cimeira das Lages – que afundou o Médio Oriente na crise de guerras sucessivas em que se encontra – continua bem vivo nos governantes portugueses. Depois de Barroso, cabe aos socialistas interpretar a segunda temporada.

GOLPE DE WASHINGTON NA BOLÍVIA: AS PROVAS

O general Kaliman, que “sugeriu” a demissão de Morales, vive agora nos Estados Unidos e foi agraciado com um milhão de dólares; a CIA, a Embaixada norte-americana em La Paz e empresas contratadas minaram as redes sociais com vagas de fake news para provocarem a agitação social; dinheiro e armas com origem em Washington choveram em Santa Cruz, o epicentro fascista da conspiração; funcionários da Embaixada compraram votos rurais e coordenaram a acção com colegas do Brasil, Paraguai e Argentina; os conspiradores estiveram em contacto directo com os mesmos senadores dos Estados Unidos envolvidos nos golpes de Guaidó contra a Venezuela. Estes e outros factos, designadamente o papel da OEA, comprovam a condução norte-americana do recente golpe de Estado fascista na Bolívia.

O IMPEACHMENT DE UM REGIME

O mundo está suspenso do impeachment. Parece não se passar nada mais relevante à face da Terra do que saber se o fascista Trump, presidente dos Estados Unidos da América, será substituído pelo fascista Pence até ao começo de 2021, altura em que entrará em funções a nova escolha do establishment que gere o regime norte-americano – sem qualquer dúvida alguém do partido único com duas faces. Para tudo continuar na mesma.

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