O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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CATALUNHA NAS RUAS, ESPANHA À DERIVA

A revolta catalã contra a prisão de importantes dirigentes independentistas decidida por um tribunal central de Madrid não se detém. A informação mainstream tenta esconder a questão central – a recusa em escutar a opinião dos cidadãos da Catalunha livremente expressa – empolando os actos de violência que contrariam a vontade dos detidos e servem os interesses de Madrid. Enquanto estes actos são protagonizados por reduzidos grupos organizados e pelos brutais serviços de repressão, foram 700 mil os catalães que sexta-feira convergiram em Barcelona reclamando o direito democrático de terem opinião sobre a independência ou não do seu país. Em Madrid, os principais dirigentes políticos multiplicam acusações e ameaças, mas não apresentam propostas.

A OFENSIVA TURCA E O QUEBRA-CABEÇAS NA SÍRIA

A invasão da Turquia é um novo episódio da guerra internacional contra a Síria. Tratando-se de uma violação da soberania síria – apesar de Ancara invocar a Carta das Nações Unidas alegando que se trata de “autodefesa” – a operação veio provocar alterações significativas nas relações de forças no terreno, e nem todas elas, porém, desfavoráveis à República Árabe Síria. O que está a acontecer revela um dos mais complexos quebra-cabeças existentes hoje no panorama internacional.

BOLIVIANOS ESCOLHEM ENTRE A DIGNIDADE E O PASSADO

Crescimento económico de 5% ao ano, 700 mil novos empregos, aumento galopante do consumo e cortes drásticos na pobreza e miséria, inflação mínima, além do reconhecimento de direitos aos povos indígenas: em 13 anos, as presidências de Evo Morales conseguiram o que a Bolívia não teve em 500 anos. Agora é hora do povo escolher entre o reforço dessa nova dignidade e o regresso a um passado de trevas.

PENTÁGONO VENDE SUCATA MILITAR DENTRO DA NATO

Algures nas margens ocidentais do Mar Negro, comandantes da NATO olham o horizonte através de binóculos. Em Varna, na Bulgária, ou em Constança, na Roménia, os exércitos e as marinhas fiéis às normas atlantistas estão a rearmar-se para derrotar uma iminente invasão russa. Sem que isso seja dado a conhecer aos cidadãos búlgaros e romenos, trata-se de uma invasão que jamais acontecerá. Mas a realidade é que os dois países têm vindo a ser intoxicados nas últimas décadas por ideias sem nexo como esta - e a NATO foi inventada para protegê-los. Agora vamos contar a outra face da história.

REPRESSÃO NÃO SUFOCA A CATALUNHA

Uma homenagem aos presos políticos catalães, em especial ao ex-vice-presidente do governo autonómico e presidente da Esquerda Republicana (ERC), Oriol Junqueras, que o autor considera exemplo de honestidade, carácter e das práticas democráticas. “Com Junqueras atrás das grades o independentismo não se apaga, pelo contrário, cresce, reaviva-se e não há artigo 155 capaz de sufocá-lo”, escreve.

“NÃO FOI JUSTIÇA, FOI VINGANÇA E CASTIGO”

Publicamos uma carta aberta divulgada pelos nove dirigentes e presos políticos catalães condenados a um total de 100 anos de cadeia por pretenderem auscultar a opinião do povo da Catalunha sobre a independência do país. Através da sentença agora anunciada, escrevem, “pretende-se ignorar os milhões de pessoas que durante os últimos anos defenderam pacificamente o direito à autodeterminação e se mobilizaram a favor da independência”. Os presos políticos catalães reafirmam o apelo ao diálogo, o respeito absoluto pela democracia e a não-violência.

POMPEO, OS F-35 E A CAÇA AOS INFIÉIS

A venda de caças F-35 esteve na ementa da viagem a Itália do secretário de Estado norte-americano, Michael Pompeo, ainda que o assunto não conste da lista oficial. O mesmo aconteceu com a deslocação ao Vaticano: não teve nada a ver com questões teológicas, mas sim com a tentativa de mobilizar a Santa Sé contra a China, Cuba, o Irão e a Síria.

ESTADO ESPANHOL APRISIONA A CATALUNHA POR “SEDIÇÃO”

O Supremo Tribunal do Estado monárquico espanhol condenou a penas entre nove e 13 anos de prisão e perda dos direitos políticos, por “sedição”, nove dos 12 dirigentes independentistas catalães considerados a “cúpula” do movimento pela independência da Catalunha. Os três acusados não abrangidos pelas penas de detenção foram condenados a pesadas multas. A justiça espanhola reactivou, entretanto, o mandado de captura europeu contra o ex-presidente do governo catalão (Generalitat), Jordi Puigdemont. De Bruxelas, Puigdemont reagiu dizendo que “vamos responder com mais força do que nunca”.

“RATOS” DE MACRI EM DEBANDADA NA ARGENTINA

A Argentina vai eleger um presidente a 27 de Outubro. Depois das anteriores primárias, a Frente de Todos de Alberto Fernandez e Cristina Fernandez de Kirchner é francamente favorita. Mauricio Macri, o autocrático e neoliberal presidente em exercício, faz uma campanha de promessas, mentiras e mistificações através de um país que deixa arrasado e nas garras do FMI. Os “ratos” do regime vão abandonando o navio, muitos deles com os bolsos bem nutridos de dólares para gozar mordomias no estrangeiro.

A SÍRIA ENTRE O MARTELO OTOMANO E A BIGORNA ISRAELITA

A Síria, numa situação desconfortável e vulnerável, está a ser prensada entre o martelo otomano, a norte, e a bigorna israelita, a sul. Ambos os sectores são hostis, expansionistas e ocupam território sírio. Por vezes, quando se menciona uma “zona segura” ao longo da fronteira sírio-turca vem à mente a situação que se vive na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Em ambos os casos invocam-se razões de “segurança”: há um Estado colocado sob ameaça a pretexto da “segurança” do Estado vizinho.

A MÃO COLONIAL NOS DISTÚRBIOS IRAQUIANOS

As reivindicações dos manifestantes que tomam as ruas de Bagdade e outras cidades iraquianas são justíssimas num país deixado no caos económico pelos invasores e ocupantes. Já os interesses que os manipulam e os incitam à violência e à desestabilização total são os mesmos que querem montar uma espécie de “Primavera árabe”, desta feita para transformar o Iraque em mais uma frente da guerra dos Estados Unidos contra o Irão.

COMBATE-SE O NEOLIBERALISMO NAS RUAS DO EQUADOR

No Equador luta-se contra o neoliberalismo e o seu cortejo de arbitrariedades, violência, austeridade e abolição de direitos. Depois de uma década de avanços sociais com as administrações de Rafael Correa, a traição de Lenin Moreno, a pressão colonial e o autoritarismo do FMI assumiram o poder e desmantelam o que foi alcançando com a Constituição de 2008. Sentindo o perigo da perda total das conquistas, os equatorianos tomaram as ruas; e o regime responde à moda pura e dura neoliberal: com repressão em vários matizes, incluindo a força bruta.

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