O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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ATAQUE AOS AGRICULTORES DA ÍNDIA TEM O DEDO DO AGRONEGÓCIO GLOBAL

No próximo mês de Setembro as Nações Unidas organizam a chamada Cimeira dos Sistemas Alimentares. O objectivo declarado é o de reestruturar a agricultura mundial e a produção alimentar no contexto das metas de agricultura dita “sustentável” inseridas no projecto de globalização neoliberal designado oficialmente “Agenda 2030 da ONU”. As leis de desregulação da agricultura impostas recentemente na Índia pelo governo fascista de Narendra Modi integram-se no quadro dessa agenda e, como pode perceber-se pelo terramoto social que está a registar-se no país, nada disto augura algo de bom.

A CONFISSÃO ASSUSTADORA DO PRIMEIRO-MINISTRO

O primeiro-ministro da República Portuguesa confessou numa declaração transmitida no dia 12 deste mês em jornais televisivos que o processo de vacinação contra a Covid-19 “está fora do nosso controlo”. Alvo de uma barragem de ataques, quantos deles despropositados e oportunistas, não consta, ao invés, que António Costa tenha sido sequer admoestado por admitir a mais grave situação que poderia existir em pleno combate à pandemia. Em causa está a saúde pública e também a própria essência do funcionamento do país como nação independente.

DE FUNCIONÁRIO DA NATO A CENSOR DO FACEBOOK

Ben Nimmo, ex-assessor de imprensa da NATO e actual membro sénior do Atlantic Council, um think-tank que é uma emanação da mesma aliança militar, anunciou que foi contratado pelo Facebook para “chefiar a estratégia de inteligência contra ameaças globais, operações de influência” e “ameaças emergentes”. Nimmo citou especificamente a Rússia, a China e o Irão como potenciais perigos para aquela plataforma de redes sociais.

“SALVAÇÃO NACIONAL” À ITALIANA

O laboratório político italiano, vocacionado como poucos para impôr fórmulas que mascaram a democracia em nome da democracia, ao serviço das elites económicas e financeiras nacionais e transnacionais, acaba de “solucionar” a crise política no país com mais um “governo de tecnocratas”. Desta feita, o duce é Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu e um conhecido agente do Goldman Sachs, o banco norte-americano que, segundo o seu presidente, desempenha “o papel de Deus na Terra”.

“NATO 2030”: QUANDO O AGRESSOR SE FAZ DE VÍTIMA

O relatório “NATO 2030: Unida para uma Nova Era”, elaborado por um conjunto de peritos fundamentalistas do belicismo convidados pelo secretário-geral, é um catálogo inquietante de reflexões atlantistas em que as ameaças e os preparativos de guerra – incluindo com meios nucleares – surgem apresentados como necessidades de defesa colectiva de uma entidade que se diz cercada por todos os lados. Segundo este cenário, a Rússia respondeu “com agressão” à “mão estendida” que a NATO lhe apresentou; e as actividades económicas e as tecnologias da China são “ameaças à segurança” dos aliados. Assim sendo, que venham mais mísseis e bombas nucleares para a Europa.

O PERIGOSO CAMINHO DA SUÍÇA PARA A EXTREMA-DIREITA

Largos extractos da população da Suíça batem-se contra a chamada “Lei Federal de Combate ao Terrorismo”, que contém em si exemplos do deslizar do poder político para a extrema-direita através de medidas que tendem a sobrepor a arbitrariedade policial ao poder judicial. A Suíça é, neste momento e apesar de isso não ser repercutido na comunicação social dominante, um exemplo de como o neoliberalismo em crise busca cada vez mais a sua sobrevivência através do regime que lhe dá mais garantias: o extremismo de direita.

A SAÚDE PÚBLICA À MERCÊ DOS NEGÓCIOS E DA CEGUEIRA GEOPOLÍTICA

A saga das vacinas em Portugal está distorcida. Centra-se na condenável batota para adulteração das listas de prioridades da vacinação que, apesar da sua gravidade, funciona como cortina de fumo para esconder aspectos muito mais inquietantes do processo, o principal dos quais é a submissão do governo e a abdicação da vontade própria perante a inconcebível e corrupta estratégia de selecção, compra e distribuição conduzida pela Comissão Europeia. Uma estratégia que se guia sobretudo pelo lucro e pela secundarização da saúde pública, desvalorizando e silenciando eventuais riscos associados.

ESTADOS UNIDOS RESSUSCITAM DAESH NA SÍRIA

Os terroristas do Estado Islâmico, ISIS ou Daesh voltaram a estar activos na província síria de Deir Ezzor, no nordeste do país, beneficiando de treino e outros apoios que obtêm em duas bases militares norte-americanas mantidas na região. Muito recentemente, jihadistas pertencentes a essa organização atacaram efectivos do Exército Árabe Sírio, as forças armadas nacionais.

PERFIL DA NOVA TROPA DE CHOQUE DO IMPÉRIO

Intelligence Online, uma newsletter internacional que divulga recados dos serviços secretos ocidentais, publica um curto texto sob o sugestivo título “Biden vai acabar na Síria o que Obama começou”. Mais palavras são desnecessárias: a frase vale pelas 10 ou 20 mil palavras de um programa de governo. Ilusões para que vos quero.

NATO VAI CRIAR UM BANCO PARA A GUERRA

Se algum país da NATO, Portugal, por exemplo, tiver dificuldades em cumprir as despesas militares exigidas pela aliança isso vai deixar de ser um problema: a NATO está em vias de criar o seu próprio banco. Deste modo, se não houver dinheiro nos cofres de um Estado membro para se equipar com os apetrechos de guerra impostos pela Aliança Atlântica, o Banco da Aliança Atlântica financiará essas compras e depois os cidadãos desse país farão os respectivos reembolsos de mais essa dívida externa e com os juros que o próprio banco definirá. A ideia partiu de Washington, precisamente dos bastidores da administração Biden, porque “as despesas da aliança têm de ser partilhadas”. Desde logo, e certamente, em tempos de economias esfaceladas pela pandemia.

AS SENHORAS E OS SENHORES DA GUERRA DE BIDEN

Estrategos das guerras de destruição da Líbia e da Síria, operacionais do golpe fascista na Ucrânia, teóricos neoconservadores, criminosos de guerra ligados às carnificinas na Jugoslávia e no Iraque, por sua vez associados ao núcleo belicista em torno do casal Clinton e Obama, polvilham as principais áreas de intervenção da administração de Joseph Biden. Tudo sob influência de Madeleine Albright, patrocinadora de crimes de guerra, por exemplo nos Balcãs. A comunicação social corporativa continua a “respirar de alívio” com o alegado novo rumo dos Estados Unidos; porém, do quadro actual há que esperar mais guerras, mais ingerência, mais golpes de Estado – “brandos” ou nem tanto.

O SAHARA OCIDENTAL, MAIS UMA GRANDE FARSA EUROPEIA

Uma das últimas malfeitorias de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, assumida já depois de ter perdido as eleições, foi mais uma atrocidade contra o direito internacional: o reconhecimento “da soberania marroquina sobre a totalidade do território do Sahara Ocidental”. Significativamente, a decisão passou quase despercebida; não consta que o secretário-geral da ONU, a União Europeia ou o ministro português dos Negócios Estrangeiros tenham manifestado publicamente qualquer reserva em relação a tão flagrante ilegalidade.

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