O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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LONDRES E WASHINGTON COLOCAM-SE ACIMA DA LEI E DA ONU

O Reino Unido, com apoio explícito dos Estados Unidos, desafia a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Tribunal Internacional de Justiça ao recusar-se a abandonar o Arquipélago de Chagos, no Oceano Índico, para reintegração na soberania das Ilhas Maurícias, da qual foi dissociado ilegalmente. Ignoram-se ainda os procedimentos que o secretário-geral da ONU irá adopar para fazer cumprir as deliberações da organização e do Tribunal.

ESCÂNDALO: FALSIFICADOS OS RELATÓRIOS DE ATAQUES QUÍMICOS

Documentação fidedigna entregue ao website WikiLeaks por um membro da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ, OPCW em inglês) confirma que esta entidade falsificou relatórios sobre supostos ataques químicos na Síria de maneira a responsabilizar o governo de Damasco pelo crime. Um desses acontecimentos falsificados esteve na origem no ataque com mísseis de cruzeiro contra território sírio realizado por Estados Unidos, França e Reino Unido em 14 de Abril de 2018.

MACRON E A “MORTE CEREBRAL” DA NATO

O presidente francês, Emmanuel Macron, agitou certamente as águas nos últimos dias quando lamentou que a NATO, comandada pelos Estados Unidos, esteja “em morte cerebral”. Os seus comentários, porém, parecem muito menos relacionados com uma avaliação objectiva e os princípios da aliança do que com uma necessidade de autoafirmação do dirigente gaulês.

O DESPERTAR DOS POVOS

A paz podre do neoliberalismo globalizante e o conformismo social que lhe corresponde estão a ser sacudidos através do mundo. Nas urnas e nas ruas – as duas frentes são democraticamente legítimas e complementares – os povos dão sinais de que a sonolência hipnótica induzida pelo entertainment mediático em que se transformou tudo o que tem a ver com a vida das pessoas é uma arma que também se desgasta, desmascara e vai perdendo eficácia. Uma faúlha representada por um aumento de preços, um corte de subsídios sociais, o lançamento de mais um imposto tornaram-se agora susceptíveis de provocar grandes e vibrantes explosões sociais. A arbitrariedade e a impunidade do sistema dominante começam a encontrar barreiras humanas.

RAZÕES DO CARINHO EUROPEU PELO TERRORISMO SAUDITA

Londres, Paris e Berlim não têm dúvidas: foi o Irão quem atacou a Arábia Saudita em meados de Setembro. O milionário negócio de armas com Riade garante tanta certeza num cenário de confusão

BARÕES DO CLIMA: SIGA A PISTA DO DINHEIRO

O clima! Quem diria que as megacorporações e os megamilionários que estão por detrás da globalização da economia mundial nas últimas décadas, cuja procura incessante de lucros para os accionistas e das reduções de despesas tanto dano causaram ao mosso meio ambiente, tanto no mundo industrializado como nas economias subdesenvolvidas de Ásia, África e América Latina, se tornaram agora os principais patrocinadores do movimento de descarbonização de base - da Suécia à Alemanha, aos Estados Unidos e muito mais além!

QUE HISTÓRIA ESTUDAM OS JOVENS DE HONG KONG ?

Os jovens manifestantes de Hong Kong adoptaram declaradamente a cultura britânica depois da reintegração do território na China como região especial. Ignoram o seu país e o que devem à China Popular. Para os seus avós e os avós dos seus avós, Londres não trouxe mais do que miséria e desolação, provocando a derrocada do Império do Meio.

TORTURA AFECTA SAÚDE DOS “CINCO OLHOS”

A CIA deixou de ter acesso automático às informações obtidas pelos serviços secretos da Nova Zelândia. As autoridades deste país estabeleceram um conjunto de “boas práticas” obrigatórias para tentar evitar o uso desses dados pela parte norte-americana em actividades de tortura e outras violações dos direitos humanos. Ensombram-se assim os horizontes da cooperação dos chamados “Cinco Olhos”, o conjunto dos serviços de espionagem anglo-saxónicos – Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia – e que tem um alcance efectivamente global.

BREXIT OU OS ENXOVALHOS DA DEMOCRACIA

Brexit ou a saga da saída do Reino Unido da União Europeia é um episódio claro, e muito sério, de como é tratada a democracia, ou o que dela resta, no Ocidente que se afirma como fiel depositário dos direitos humanos e dos valores civilizacionais. A uma decisão límpida e democrática, como a assumida pelos britânicos no referendo sobre a permanência ou não na União Europeia, seguiu-se uma enxurrada de manobras, chantagens, humilhações, golpes sujos e baixos – sempre desprezando os cidadãos – para tentar reverter a decisão da consulta ou, pelo menos, tornar as suas consequências exemplares para qualquer país que deseje seguir pelo mesmo caminho.

UNIÃO EUROPEIA PERMITE DEVASSA DE DADOS DOS CIDADÃOS

Informações sobre os cidadãos europeus contidas na base de dados do Espaço Schengen estão a ser copiadas ilegalmente por autoridades de vários países, mesmo de alguns que não são membros desse sistema, incluindo o Reino Unido. Há conhecimento de que esses dados são transmitidos a empresas privadas e também às agências de espionagem dos Estados Unidos da América. Existem “riscos sérios e imediatos” para a integridade e segurança dos dados “e dos seus titulares”, reconhece um relatório confidencial ao nível da Comissão Europeia.

JOHNSON, TRUMP E O SALTO NO DESCONHECIDO

Com a designação de Boris Johnson como primeiro-ministro britânico, a vertente anglo-saxónica que gere imperialmente o neoliberalismo globalista fica nas mãos de populistas nacionalistas com vocações racistas e fascistas. É uma alteração qualitativa que deve ser lida em bloco tanto mais que, se o Brexit se consumar, o Reino Unido ficará ainda muito mais interdependente de Washington. Pelas suas características histeriónicas, Boris Johnson vem acrescentar um nível mais elevado de imprevisibilidade a uma situação onde avulta um Trump dramaticamente imprevisível. Estará o mundo, sob o império, à beira de um salto no desconhecido?

URSULA VON DER LEYEN: ODEIA A RÚSSIA, ADORA A NATO, AMA WASHINGTON

Não se candidatou a qualquer cargo, deu provas de incompetência e pouca transparência à cabeça do Ministério alemão da Defesa, tornara-se um embaraço para os círculos governantes alemães - e surge agora, pela calada da noite, como presidente da Comissão Europeia. Ursula Gertrud von der Layen vai substituir Jean-Claude Juncker; incompetente sucede a incompetente. A von der Leyen, porém, reconhecem-se as características essenciais para chegar ao topo da burocracia da União Europeia: odeia a Rússia, adora a NATO, ama Washington.

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