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Sete anos depois de lançados pelo presidente Xi Jinping, primeiro em Astana e depois em Jacarta, os projectos chineses das Novas Rotas da Seda ou Iniciativa Cintura e Estrada (ICE) – Belt and Road Iniciative (BRI) – deixam cada vez mais a oligarquia plutocrática norte-americana num transe alucinado.
O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, admitiu que interveio pessoalmente para obstruir as investigações parlamentares sobre o envio de milhões de euros de dinheiro público para grupos terroristas que actuam na guerra contra a Síria. Este novo capítulo sobre o envolvimento do governo de Haia na operação terrorista que flagela o povo e o território sírios desde 2011 demonstra a hipocrisia flagrante das políticas da Holanda e, por extensão, da União Europeia, sobre o alegado “combate ao terrorismo” e a protecção dos direitos humanos.
É comum ouvir dizer que Donald Trump não aceitará os resultados das eleições norte-americanas de terça-feira no caso de não lhe serem favoráveis. O que frequentemente se omite é que acontece exactamente o mesmo do lado democrata, onde Hillary Clinton apela a retomar a Casa Branca através de qualquer meio e em quaisquer circunstâncias. Intenção poucas vezes recordada porque é “politicamente correcto” ser-se democrata ou porque a vantagem atribuída pelas sondagens vai esfumando esse cenário. Seja como for, não está garantido que as eleições sejam pacíficas, democráticas e conclusivas no país que pretende ser a luz da democracia. Um país onde a escolha dos eleitores - mas com repercussões em todo o mundo – está restringida a dois sociopatas, ambos carregando assassínios além-fronteiras às suas costas. Estas eleições não seriam, portanto, um caso de política mas sim de polícia se o mundo estivesse nas mãos de gente docente. Mas não: os sociopatas é que mandam – um ou outro, escolha o leitor se conseguir ou achar que neste cenário ainda há lugar para o mal menor.
Membros da NATO e da União Europeia no Conselho de Segurança das Nações Unidas impediram uma audição que permitiria esclarecer o comportamento suspeito da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ, OPCW) no caso do suposto ataque químico em Duma (Síria), em 7 de Abril de 2018, que tudo leva a crer tenha sido encenado. O comportamento dos Estados Unidos e aliados reforça vigorosamente esta possibilidade de fraude.
Milhares de mercenários islâmicos que têm combatido contra a Síria sob as chancelas da al-Qaida e do Estado Islâmico (ISIS ou Daesh) foram e estão a ser recrutados por empresas de segurança turcas e norte-americanas para acordarem da letargia de 25 anos o conflito de Nagorno-Karabakh entre a Arménia e o Azerbaijão. Tendo em consideração que o status quo regional e internacional da disputa se tem mantido mais ou menos inalterado no último quarto de século, que interesses estão por detrás do despertar da guerra? A declaração recente de um cessar-fogo é importante mas não garante que fique aberto o caminho para aproximar posições.
Na última semana de Setembro, a Rússia enviou uma significativa missão oficial a Damasco chefiada por “pesos pesados” como o representante do presidente Vladimir Putin, vice-primeiro-ministro Iuri Borisov, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, à frente de uma delegação económico-militar para preparar quarenta acordos com o governo sírio em todos os domínios importantes e que irão quebrar as sanções montadas pelos Estados Unidos e a União Europeia contra o país. Este passo é tanto mais importante porque surge como uma resposta ao agravamento das penalizações norte-americanas contidas na chamada “Lei César” e envia para Washington uma mensagem clara de que Moscovo não tenciona abandonar os seus aliados e os seus interesses no Médio Oriente.
Uma nota prévia: o semanário Expresso escolheu o embaixador dos Estados Unidos, um genuíno porta-voz de duas figuras comprovadamente irracionais como são Donald Trump e Michael Pompeo, para abrilhantar uma edição virilmente propagandeada como “histórica”. A comunicação corporativa que se autointitula “de referência” explicada assim por um dos seus expoentes à escala doméstica lusitana.
Há aspectos em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte ou NATO é uma aliança militar apenas na designação. O conflito de intensidade crescente que tem vindo a desenvolver-se nas águas do Mediterrâneo Oriental devido aos recursos energéticos entretanto descobertos e à indeterminação de várias Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) revela que a união militar entre diferentes países ocidentais pode vacilar perante circunstâncias deste tipo.
Emma Arbuthnot é a juíza-chefe que, em Londres, instruiu o processo de extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, onde o espera uma condenação a 175 anos de prisão por “espionagem”, isto é, por ter publicado, enquanto jornalista de investigação, provas dos crimes de guerra dos Estados Unidos, entre os quais vídeos de massacres de civis no Iraque e no Afeganistão. No processo, confiado à juíza Vanessa Baraitser, foram rejeitados todos os requerimentos da defesa.
Depois de grandiloquentes declarações de solidariedade, logo ecoadas pela comunicação do regime global, as “doações” destinadas ao Líbano sob o patrocínio da França, da ONU e da União Europeia não passaram de 250 milhões de dólares, uma gota de água no vastíssimo mar de promessas - e ainda submetidas às “reformas reestruturais” do costume. No entanto, os 15 mil milhões de dólares envolvidos na reconstrução do porto de Beirute parecem ser “trocos” para empresas chinesas possuidoras do plano A para restauração e modernização das infraestruturas desenvolvimentistas e produtivas do país. O Líbano está numa encruzilhada: mais da mesma degradação sob o mito neoliberal da “Paris do Oriente”; ou virar-se para Leste, ao reencontro da história, da cultura e de uma via de desenvolvimento independente.
Portugal e a Itália estão entre os países subcontratantes do Pentágono no Mediterrâneo e em África. Se bem que o Comando Africano dos Estados Unidos (AfriCom) permaneça ainda na Alemanha, Washington delegou uma parte das missões marítimas e todas as operações terrestres na Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Estónia, Noruega, Holanda, Portugal, Reino Unido, Suécia e República Checa, sob comando da França. A parte norte-americana conserva, bem entendido, o controlo das operações, designadamente por via aérea. Velhos e novos aparelhos coloniais em marcha, travestidos de “missões de paz”, actuam além-fronteiras para servirem interesses estratégicos e económicos. O exemplo de Itália.
Elon Musk, dono da Tesla, um dos homens mais ricos do mundo, twittou tranquilamente, como quem anuncia que vai jogar ténis, que “daremos o golpe em quem quisermos”. E aconselhou: “lidem com isso”. As palavras foram escritas num contexto relacionado com o golpe fascista na Bolívia, que permitiu a Musk desbloquear o livre acesso às maiores reservas de lítio do mundo, essenciais para a parte gorda dos seus negócios, os acumuladores de energia.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…