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O golpe na Venezuela teve o seu primeiro grande tropeção diplomático: não existiu a maioria necessária entre os 34 membros da OEA para apoiar a proclamação de Juan Guaidó como "presidente interino" da Venezuela. Apesar das pressões de Trump, feitas directamente pelo ex-patrão da CIA, Michael Pompeo, os 16 Estados apoiantes do golpe não chegaram sequer para formar metade da Organização dos Estados Americanos, quanto mais os 23 necessários regimentalmente. Entre os grandes derrotados estão, além de Pompeo, Luís Almagro, o próprio secretário-geral da OEA, e os chefes dos regimes da Argentina e do Brasil. Fora da OEA, o ministro português dos Negócios Estrangeiros assumiu uma benigna posição favorável ao golpe, contra os interesses da comunidade portuguesa na Venezuela.
Prolongou-se por 11 horas a reunião que decorreu quinta-feira em Brasília e na qual o ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros discutiu com "oposições venezuelanas" e organizações regionais uma "acção concreta" para "restabelecer a democracia na Venezuelana". Em reunião restrita com um chefe fascista venezuelano, Bolsonaro disse que "a solução" para "restabelecer a ordem, a democracia e a liberdade" no país vizinho "virá brevemente".
Três correntes oriundas do velho franquismo e agora reunidas no suporte ao regime económico neoliberal formam o novo governo autonómico da Andaluzia, em Espanha: Partido Popular (PP), Ciudadanos e Vox. O acordo foi encontrado e permite juntar em Sevilha formações do Partido Popular Europeu, da irmandade do Em Marche de Macron e dos fascistas de Steve Bannon na aplicação de políticas xenófobas e cerceadoras de direitos. Também sob o alto patrocínio da oposição terrorista iraniana, a crer no diário El País.
De um lado, Steve Bannon regendo a banda dos populismos e neofascismos; do outro, como se demonstra neste artigo, Blair, Aznar, Biden, Chertoff, Negroponte, Rasmussen e outros ases da "guerra contra o terrorismo" e da política de mentira coordenando o disfarce democrático da ditadura económica. Ambos apostam em todas as eleições que aí vêm combatendo as supostas interferências externas antecipando-se eles a interferir em modo de polícias eleitorais. Se têm divergências, é apenas nos meios; o fim é o mesmo, tentar eternizar o fascismo social onde medra o neoliberalismo, a ditadura do mercado livre.
O terror paira sobre a América Latina no arranque de 2019, precisamente quando se assinalam os 60 anos da Revolução Cubana. Numa base norte-americana na Colômbia, um grupo de mercenários treina a montagem de uma provocação que poderá desembocar numa agressão contra a Venezuela cujo apoio de eminências fascistas como Jair Bolsonaro e Iván Duque, presidente da Colômbia, estaria já assegurado pelo SouthCom, o Comando Sul dos Estados Unidos da América. Cuba e Nicarágua estão igualmente sob ameaça.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…