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Golpe na Venezuela, com banho de sangue no horizonte; retirada norte-americana do Tratado que proíbe mísseis de médio alcance e desbrava o caminho da guerra nuclear. Dois passos para o abismo dados pela administração Trump desde que o núcleo de sociopatas em torno do presidente se tornou sólido e estável. Ocasião escolhida pelos aliados de Washington para transformarem as supostas divergências com administração norte-americana em rendida vassalagem, corresponsabilizando-se, assim, pelas ameaças de tragédia que se reforçam sobre os povos da América Latina e do continente europeu. Uma subserviência na qual o governo de Portugal se esforça por ter lugar de destaque.
A engrenagem autocrática da União Europeia encarou o Brexit como um exemplo dissuasor a todos os Estados membros para que não se atrevam a seguir o caminho de Londres, porque Bruxelas não tolera dissidências. Os britânicos votaram pela saída da UE? Então que sejam humilhados e sugados para perceberem que não se brinca com a ditadura do mercado e com uma das suas organizações emblemáticas - "na qual se entra mas não se sai", como se diz nos bastidores de Bruxelas. E se isto acontece com uma potência de topo, o que seria das menos poderosas? O exemplo está dado.
As intenções golpistas dos Estados Unidos e aliados em relação à Venezuela não encontraram eco no Conselho de Segurança da ONU, praticamente dividido ao meio sobre o assunto. Além de não caber no âmbito da ONU pronunciar-se sobre questões internas de uma nação soberana, sete dos 15 membros do Conselho de Segurança, entre os quais China e Rússia, não deram andamento aos pretextos de Washington e alguns aliados europeus, o que evitou a repetição das decisões que geraram o caos na Líbia e no Iraque. A reunião de Nova York foi também muito elucidativa quanto aos papéis nefastos de António Guterres e Federica Mogherini.
A União Europeia, com o governo português na linha da frente, colocou-se ao lado de Trump no golpe contra a Venezuela. Ao lado… para já não; os dirigentes europeus deram uma semana ao presidente legítimo, Nicolás Maduro, para convocar eleições - que aliás foram realizadas há oito meses; caso contrário reconhecem o mesmo "presidente interino" que os Estados Unidos indicaram. Um disfarce de uma semana para tentar manter aparências é uma atitude caricata que deixa a União a um nível rasteiro de subserviência a Trump. Sob ultimatos sucessivos e intervenção militar em preparação, no horizonte da Venezuela e dos povos da América Latina levantam-se terríveis ameaças contra milhões de pessoas, entre as quais a comunidade portuguesa - vítima da armadilha que lhes foi montada com a ajuda de quem manda em Lisboa.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…