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As previsões sobre o fim das consequências da pandemia de COVID-19 são cada vez mais imprecisas e complexas e começa a ganhar forma uma certeza construída de incertezas: o mundo não será o mesmo que antes da emergência do vírus. Daí que comecem a surgir reflexões sustentadas – não exercícios de futurologia – sobre o que poderá acontecer daqui para a frente em domínios como o económico, o social, o mundo do trabalho. O Lado Oculto é um espaço de informação e também de debate aberto. Daí que esteja disponível para dar a conhecer alguns desses trabalhos que possam suscitar polémica, reflexão, concordância e discordância num tempo de incertezas.
No ano fiscal de 2021 o orçamento dos Estados Unidos prevê despesas da ordem de um milhão de milhões de dólares para a guerra, que comparam com 94500 milhões no sector da saúde e serviços humanitários (menos 10% que em 2020), apesar de só nos últimos quatro meses terem morrido 10 mil cidadãos norte-americanos vítimas de gripe comum. São estas as prioridades do regime de Washington, que se diz inquieto com “o ressurgimento de Estados nacionais rivais, nomeadamente a China e a Rússia”. É preciso, diz o documento, “aumentar a nossa vantagem bélica” sobre esses e outros países.
Westlessness. Poderá traduzir-se como o défice de Ocidente na cena internacional e foi o mote escolhido para a Conferência de Segurança de Munique deste ano, em 16 e 17 de Fevereiro, como sempre uma organização associada à NATO. Percebeu-se, pela escolha desta temática, que o Ocidente vive uma crise existencial, com saudades de tempos recentes em que podia destroçar a Jugoslávia, bombardear a Sérvia, arrasar o Afeganistão, desmembrar o Iraque e a Líbia sem ter contraditório. Na origem da inquietação ocidental está, como foi abundantemente aflorado como eco da exposição do chefe do Pentágono, a crescente presença da Rússia e da China na arena internacional - que se reflecte no aparecimento de um efeito dissuasor da impunidade colonial. Não admira, portanto, e perante a presença de convidados “inimigos”, que às tantas à conferência tivesse parecido um diálogo de surdos.
A tecnologia de quinta geração de transmissão móvel de dados (5G) começa a entrar nas nossas vidas, mas antes que isso aconteça em pleno os Estados Unidos puseram em andamento o processo da sua militarização através das próprias redes comerciais, por ficar mais em conta. Liderada pela China na sua componente civil, a 5G transita para o domínio da guerra e da espionagem pela mão dos Estados Unidos, apesar do seu reconhecido atraso nesta novidade tecnológica.
No passado fim-de-semana o yuan, a moeda chinesa, saiu do seu padrão habitual e desvalorizou-se para mais de sete unidades contra um dólar norte-americano. Ao mesmo tempo, a China anunciou que deixa de comprar produtos agrícolas aos Estados Unidos. A estratégia comercial delineada por Trump e pelos neoconservadores norte-americanos implodiu. Passou-se de uma guerra de tarifas comerciais para uma guerra económica mais ampla, na qual serão aplicadas outras tácticas e medidas.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…