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A engrenagem autocrática da União Europeia encarou o Brexit como um exemplo dissuasor a todos os Estados membros para que não se atrevam a seguir o caminho de Londres, porque Bruxelas não tolera dissidências. Os britânicos votaram pela saída da UE? Então que sejam humilhados e sugados para perceberem que não se brinca com a ditadura do mercado e com uma das suas organizações emblemáticas - "na qual se entra mas não se sai", como se diz nos bastidores de Bruxelas. E se isto acontece com uma potência de topo, o que seria das menos poderosas? O exemplo está dado.
Se o objectivo é "restabelecer a democracia" na Venezuela, Trump e os seus falcões não poderiam ter escolhido melhor para assessorar o presidente "interino", Juan Guaidó, nesta tarefa. Elliot Abrams, o eleito, traz com ele um vasto currículo de 40 anos de experiência em golpes, conspirações, montagem de esquadrões da morte e operações terroristas, assassínios, acções clandestinas e guerras civis, sobretudo na América Latina - mas também no Médio Oriente. Não lhe falta sequer a experiência de ter tentado um primeiro golpe na Venezuela, em 2002, contra Hugo Chávez. "Restaurar a democracia"? O homem certo no lugar certo. Como o governo português sabe, por certo.
As intenções golpistas dos Estados Unidos e aliados em relação à Venezuela não encontraram eco no Conselho de Segurança da ONU, praticamente dividido ao meio sobre o assunto. Além de não caber no âmbito da ONU pronunciar-se sobre questões internas de uma nação soberana, sete dos 15 membros do Conselho de Segurança, entre os quais China e Rússia, não deram andamento aos pretextos de Washington e alguns aliados europeus, o que evitou a repetição das decisões que geraram o caos na Líbia e no Iraque. A reunião de Nova York foi também muito elucidativa quanto aos papéis nefastos de António Guterres e Federica Mogherini.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…