O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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GAZA, NOTAS SOBRE UMA CHACINA

Israel está a cometer mais um acto de apogeu da chacina a que tem vindo a submeter impunemente a população da Faixa de Gaza – e da Palestina em geral – durante as últimas décadas. Os alvos não são “os túneis do Hamas”, como informa o regime sionista, mas dois milhões de pessoas que vivem enclausuradas num imenso campo de concentração do qual não podem escapar. Não se trata de um “confronto”: é uma barbárie. Algumas notas sobre o que está a passar-se.

GÁS DO MEDITERRÂNEO ORIENTAL ENVENENA A NATO

Há aspectos em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte ou NATO é uma aliança militar apenas na designação. O conflito de intensidade crescente que tem vindo a desenvolver-se nas águas do Mediterrâneo Oriental devido aos recursos energéticos entretanto descobertos e à indeterminação de várias Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) revela que a união militar entre diferentes países ocidentais pode vacilar perante circunstâncias deste tipo.

OS MISTÉRIOS DA MONSTRUOSA EXPLOSÃO EM BEIRUTE

A existência de 2750 toneladas de nitrato de amónio num armazém no porto de Beirute pode justificar, segundo os especialistas, a extensão da catástrofe registada na tarde de 4 de Agosto e o seu trágico balanço parcial de 150 mortos, mais de cinco mil feridos e de 300 mil desalojados. O que parece mais difícil de explicar é o estranho cogumelo observado sobre o local na sequência das explosões, em vez das esperadas nuvens de fumo em dispersão, seguido por uma vaga gigantesca no mar e um abalo sísmico de 3,5 na escala de Richter - eventual causador de grandes estragos em redor, juntamente com o sopro do rebentamento. O que terá acontecido, de facto, em Beirute?

O VALE DO JORDÃO: SILÊNCIOS HIPÓCRITAS À BEIRA DA TEMPESTADE

Benjamin Netanyahu, o aparentemente eterno primeiro ministro de Israel, agora geminado com um dos carrascos de Gaza, Benny Gantz de sua graça, vem anunciando que a partir do início do próximo mês dará os passos governamentais, parlamentares e militares que considera necessários para anexar o Vale do Jordão, no território palestiniano da Cisjordânia. Além disso, tenciona integrar no Estado de Israel os colonatos construídos ilegalmente no mesmo território durante os últimos 60 anos. Estes movimentos representam, de facto, a extinção da chamada “solução de dois Estados” na Palestina histórica, estabelecida em 1948 pelas Nações Unidas e reactivada durante os passados anos noventa. Os criminosos não escondem o crime, os avisos estão feitos: ninguém poderá dizer que será apanhado de surpresa.

BRUXELAS CORTEJA A RÚSSIA PARA ISOLAR A CHINA

Um discurso recente do diplomata principal da União Europeia, Josep Borrell, que fez soar campainhas porque sugere “o fim da liderança” norte-americana, indicia que o velho continente pode estar a ensaiar uma nova ordem nas relações com a Ásia namorando a Rússia – uma estratégia cujo comando poderia ser assumido pela Alemanha. Mas será apenas uma maneira de testar a hegemonia chinesa?

ANIQUILAR A PALESTINA, RIDICULARIZAR A ONU

A “Visão de Paz” estampada por Donald Trump e Benjamin Netanyahu em 28 de Janeiro como “solução” para o problema israelo-palestiniano não trouxe surpresas. Há meses que os seus conteúdos vinham sendo conhecidos às fatias, sob a designação pomposa de “acordo do século”, pelo que nenhum dos aspectos focados ao longo das 80 páginas do documento contraria o que era esperado. Mais grave do que o texto é o facto de estar a ser aplicado há muito tempo, perante a inércia da chamada “comunidade internacional”, e representar um patamar elevadíssimo – quase irreversível na actual relação de forças mundial – da estratégia de factos consumados seguida metodicamente por Israel e os Estados Unidos.

UNIÃO EUROPEIA COBRE A POLÍTICA ILEGAL DE ISRAEL

O Estado de Israel demoliu ou confiscou quase cem edifícios financiados pela União Europeia ou por Estados-membros na Palestina ocupada em 2019, no valor de quase meio de milhão de euros, segundo fontes oficiais de Bruxelas. Estes dados representam um aumento aproximado de 90% em relação a 2018. Embora as instituições europeias apresentem protestos pontuais por estas situações verifica-se que a União Europeia, oficialmente, não condenou ainda o projecto de solução final da questão palestiniana que os Estados Unidos e Israel pretendem impôr e acabam de apresentar. Desta maneira, Bruxelas acaba por apoiar, por omissão, as políticas de Washington e Telavive que violam o direito internacional e confrontam a ONU.

FASCISMO BOLIVIANO PEDE APOIO A ISRAEL

O regime racista e segregacionista que está em acção na Bolívia depois do golpe fascista contra o governo legitimamente eleito de Evo Morales pediu assistência de Israel para ajudar a reprimir as forças de resistência ao governo terrorista. Os golpistas de La Paz apostam assim na vasta experiência de Israel na guerra contra populações enraizadas e em limpezas étnicas para tentarem submeter especialmente as comunidades indígenas que conquistaram direitos durante os governos de Morales. Os colonialismos associam-se.

OS SEGREDOS DO TERROR DE WASHINGTON CONTRA O IRAQUE

Um discurso do primeiro ministro do Iraque no Parlamento, que os Estados Unidos tentaram silenciar, revelou que as manifestações das últimas semanas no país e o assassínio do general Soleimani estão interligadas e foram motivadas, em grande parte, pela assinatura de um acordo económico mutuamente vantajoso entre Bagdade e a China. Um acordo que pôs fim à chantagem norte-americana de só aceitar reconstruir infraestruturas no país recebendo metade das receitas do petróleo iraquiano. Trump exigiu ao governo que rescindisse o acordo; o primeiro-ministro rejeitou. A partir daí passou a valer tudo, incluindo assassínios e ameaças de morte, como a seguir se revela.

GAZA É TERRA INABITÁVEL: EXTERMÍNIO EM CURSO

Em 2012, a ONU publicou um relatório prevendo que em 2020 a Faixa de Gaza, na Palestina, seria um território humanamente inabitável se não fossem tomadas medidas para contrariar a situação. Tudo o que aconteceu desde então foi a deterioração das condições que existiam, agravadas pelos massacres militares cometidos regularmente por Israel. Chegou o ano de 2020: Gaza é, portanto, um território inabitável. E, contudo, quase dois milhões de pessoas tentam sobreviver nessa terra transformada num imenso campo de concentração. O mundo assiste, indiferente, a um lento e deliberado extermínio em massa.

CONSPIRAÇÃO DE LISBOA: PLANEOU-SE AGRESSÃO AO IRÃO

Suspeitava-se disso, mas os indícios acumulam-se. A reunião conspirativa de Lisboa em 4 de Dezembro, facultada pelo governo português, entre Benjamin Netanyahu e o secretário de Estado norte-americano, Michael Pompeou, serviu para planear uma possível agressão “preventiva” contra o Irão. O contexto militarista e mediático do encontro e a agenda revelada por Netanyahu – primeiro ponto, Irão, segundo ponto, Irão, e mais os pontos que forem precisos, Irão – não deixam dúvidas de que a capital portuguesa acolheu uma cimeira de planeamento de guerra. "Vamos fazer o Irão cambalear ainda mais", prometeu o primeiro-ministro de Israel.

CIMEIRA DAS LAGES, SEGUNDA TEMPORADA

Já é degradante para o prestígio interno e internacional de um país acolher na sua capital uma reunião conspirativa de dois sociopatas mundiais como são o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado norte-americano da Administração Trump, Michael Pompeo. O facto de o primeiro-ministro, António Costa, receber ambos os fora-de-lei transforma o caso numa situação trágica, porque expõe directamente o país às consequências do previsível agravamento da instabilidade global decorrente destes encontros. Afinal o espírito belicista da Cimeira das Lages – que afundou o Médio Oriente na crise de guerras sucessivas em que se encontra – continua bem vivo nos governantes portugueses. Depois de Barroso, cabe aos socialistas interpretar a segunda temporada.

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